quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Fight Club

Fight Club
(Clube da Luta)
Direção: David Fincher
Roteiro: Jim Uhls (baseado no romance de Chuck Palahniuk)
Gênero: Ação/Drama
Ano de Lançamento: 1999
Duração: 139 minutos
Porque assisti: Por diversas razões, de verdade. Eu já assisti ''Fight Club'' várias vezes, mas nenhuma inteira, sempre pegava um pedaço na tv, mas nunca lembrava de realmente alugá-lo ou baixá-lo em algum lugar para assistir de cabo a rabo. Além disso ele fazia parte de duas listas de filme que eu estava/estou tentando completar, uma que a minha amiga fez para mim e a do livro ''1001 filmes para ver antes de morrer''. (Ahá, mais um filme que eu risquei do livro). 
Classificação 0/10:  10


Quer uma dica? Não assista ''Clube da Luta'' se você não estiver disposto a pensar, é definitivamente um filme que exige uma interpretação delicada para que não pareça apenas uma ode a violência e ao terrorismo em tentativa de alterar alguma coisa na sociedade. Não me espanta nenhum pouco que o filme que é um clássico aclamado pela sociedade atual não tenha sido bem aceito em 1999, quando lançado, ficou pouco tempo no cinema e foi mal compreendido por boa parte da crítica na época. Quer uma pista? Preste bastante atenção ao modo de narrativa circular (ou seja, os acontecimentos vão mudando do presente para o passado/futuro) escolhido pelo diretor. 

''Jack'' (só entenderá as aspas quem assistiu ao filme) é o personagem-narrador do filme, trabalha em uma empresa como investigador de seguros e leva uma vida pacata enquanto vive dias longos, muitas vezes sem dormir. Em tentativa de sentir algo, adicionar emoção a sua vida, Jack passa a frequentar diversos grupos de apoio, após frequentá-los também percebe que começa a conseguir dormir. Em meio a essas reuniões o personagem conhece Marla, uma mulher desajustada que procura alívio ao lado de quem já está no limite para justificar sua vida vazia de algum sentido. 
Em uma de suas viagens a trabalho Jack conhece Taylor, um maluco anti-capitalista que vende sabonetes, ao voltar dessa viagem Jack encontra seu apartamento completamente queimado e destruído e vai morar com Taylor. Com ele aprende também a arte de lutar, durante uma luta com o amigo realiza o quão bom é liberar os instintos agressivos e se entregar a um momento, a uma luta. 

Assim é formado o Clube da Luta, cujos membros são todos homens que procuram extravasar toda a fúria que acumulam em suas rotinas em meio a lutas com outros integrantes, que tem como principais mandamentos: 
1. ''Você não fala sobre o clube da luta''
2. ''Você não fala sobre o clube da luta''
3. ''Quando alguém disser ''pare'' ou perder os sentidos a luta acaba''
4. ''Só dois caras em cada luta''
5. ''Uma luta de cada vez''
6. ''Sem camisa, sem sapatos''
7. ''As lutas duram o tempo que for necessário''
8. ''Se essa é a sua primeira noite no clube da luta, você tem que lutar''
Inicialmente o Clube da Luta era e deveria permanecer como um clube clandestino, mas aos poucos a coisa foi tomando tamanha proporção que acabou por tornar-se uma organização. Jack e Taylor não eram - nem de longe - os únicos homens adeptos a prática de proveniência anarquista de que o homem deve procurar a liberação de seus instintos naturais para se abater da sociedade industrial, do modo de vida consumista, das regras da sociedade e da padronização do homem. Em um piscar de olhos vemos o Clube da Luta tornar-se uma organização terrorista que insiste em acabar com tudo o que consideram reflexo da sociedade capitalista, uma das maiores genialidades do filme está no fato de um tema sério ser tratado com tanto humor e ironia. 

Sem dúvidas um filme brilhante, irônico, drástico e porém... Justificável. Na minha opinião a maioria das lutas que aparecem em Clube da Luta estão alí para demonstrar o desespero humano não só perante a sociedade como também a necessidade de sentir algo, mesmo que dor. 

3 comentários:

  1. ainda bem que eu vou ver sábado... fiquei com uma curiosidade imeensa!

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  2. Às vezes a violência banal e fútil como em filmes de Steven Segal ou Van Damme, é ridícula.
    no filme morrem 15 pessoas ou mais, mas continua sendo banal. Você assiste e vai dormir pensando em futebol ou que precisa comprar pão de manhã.
    No filme Clube da Luta, aonde a película já tem uma particularidade de contraste máximo, ótima fotografia e atores emblemáticos (Pitt e Norton) trazem uma violência cult. com raizes no ser humano e isso sim mexe com o público. Muito mais que uma catástrofe. São filmes como esse que mostram como um cineasta e equipe pode criar uma obra. Atores certos, locações certas, trilha sonora. Mas, antes de tudo, a percepção do drama do homem com o homem, e saber transmitir em cena, a evolução de uma frustração ou dor de alma, causa profundo e silencioso impacto na platéia que fica com o filme na cabeça por semanas.
    Ótima crítica Nicole!

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  3. Adorei seu blog e realmente, Fight Club é um filme ótimo! Já coloquei você no meu crème de la crème ;)

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